domingo, 22 de maio de 2011


MUSEU DAS BRINCADEIRAS

No meu tempo de criança já existia vários brinquedos, mas como minha família era de pouco recursos financeiros e meus pais não tinham dinheiro para comprá-los, nós tínhamos que brincar com o que seria possível, éramos três irmãos, eu Valquíria Stieven nascida no dia 09 de janeiro de 1977 e meus irmãos Roberto Carlos Stieven nascido no dia 25 de fevereiro de 1971 e Gelvan Stieven nascido no dia 24 de março de 1973, nós não tinha nem televisão e morávamos ao lado de um campinho de futebol improvisado, onde brincávamos muito de várias brincadeiras com amigos e vizinhos que moravam na mesma rua, lembro de nomes de alguns amigos Emerson, Lígia, Juliano, Isaguir, André, Edinuri e Eliza, vou falar um pouco brincadeiras que mais brincava.

“Jogo de bulita” era feito um boco com o calcanhar e medido uma distância a passos, os jogadores lançavam suas bulitas em direção ao boco, iniciava a partida quem conseguia acertar ou chegar mais próximo do boco e então tentava acertar a bulita dos adversários, essa brincadeira era sempre “nas perca” quem tinha sua bulita acertada tinha que pagar uma para quem acertasse, essa brincadeira era na maioria das vezes só de meninos, mas como eu era a única menina da casa acabava-me enturmando nas brincadeiras de meus irmãos e ganhava muitas bulitas nesses jogos.


(foto ilustrativa)

“Amarelinha” na terra riscava com um pedaço de galho de árvore os números de 1 a 10 e o céu, quem iniciava a brincadeira era quem ganhava do “discordia” é o mesmo que par ou ímpar, pegava uma pedra começava jogando no número um e pulava e um pé só até chegar ao céu e voltava juntar a pedra e assim continuava até passar todos os números, também perdia a brincadeira quem queimasse os riscos ou encostasse os dois pés no chão, essa brincadeira para nós era conhecida como “sapata”.



(foto ilustrativa)




“Balanço de cipó” perto de minha casa também tinha um morro, onde íamos brincar de balanço nos cipó, nós parecíamos o Tarzan, era uma aventura muito legal, porque nossos pais estavam trabalhando e nós se aventurando no meio do mato, muitas vezes até perigoso, mas como criança não vê perigo tudo era divertido.
                      
(foto ilustrativa)
 
Na escola eram várias brincadeiras, dá saudade só de lembrar como era bom o tempo de criança, brincávamos de atirei o pau no gato, roda cutia, gata cega, pular corda, esconde-esconde, esconder objetos quente e frio, cinco-marias, morto-vivo, forca, polícia e ladrão, João bobo, jogo da velha, dominó, trilha, pega varetas... Vou contar um pouco das mais brincadas com meus colegas.


“Passar o anel” quem tinha um anel ou qualquer objeto que fosse pequeno e difícil de notar começava a brincadeira escolhendo alguém para ficar escondido e depois tentar adivinhar quem estava com o anel, colacava-mos lado a lado e passava as mãos fechadas dentro das mãos dos participantes, quando terminava o outro vinha e falava com quem estaria o anel, tinha três chances se não acertasse tinha que pagar uma prenda escolhida por quem passou o anel.


“Roda” aquele que convidava iniciava a brincadeira, que era mais ou menos assim, ciranda cirandinha vamos todos cirandar vamos dar a meia-volta, volta e meia vamos dar, o anel que tu me deste era vidro e se quebrou o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou, por isso (dizia o nome do colega) entre dentro desta roda diga um verso bem bonito diga adeus e vá-se embora.


“Terezinha de Jesus” deu a queda e foi ao chão, acudiram três cavaleiros, todos três chapéus na mão, o primeiro foi seu pai, o segundo seu irmão e o terceiro foi aquele que a Tereza deu a mão, da laranja quero um gomo, do limão quero um pedaço, da boquinha quero um beijo e do coração quero um abraço.




“Ovo choco” era muito bom de brincar, fazíamos uma roda e ficávamos sentados no chão, onde um colega começava a rodar com uma bola de papel e colocava atrás de um colega distraído, aquele que receber o ovo corre para pegar quem colocou e se pegar ele fica dentro da roda até dar o giro de todos na brincadeira.


(foto ilustrativa)

“Álbum de figurinhas” no armazém existente no bairro sempre tinha álbuns de figurinhas para vender, era numerado e continha vários desenhos, as figuras eram vendidas em pacotinhos e vinha com três figuras cada, para conseguir completar o álbum nos reuníamos em grupos para bater figurinhas repetidas e que os outros não tinham, as figurinhas eram colocadas viradas para baixo, jogávamos par ou impar para começar a bater, com a mão aberta batia em cima das figuras e se ela fosse virada com o desenho para cima ganhava e continuava a bater se errasse passava a vez ficava horas e horas todos os dias batendo figurinha para conseguir completar o álbum.
Como seria gratificante se pudéssemos resgatar um pouco das brincadeiras antigas, com isso colocaria as crianças a brincar e ter contato com outras crianças, pois muitas vezes ficam horas em frente da televisão assistindo programas que não tem conteúdo só baixaria ou no computador jogando jogos virtuais. Quando tive meus filhos ensinei várias brincadeiras antigas para eles, algumas brincamos até hoje, como, forca, jogo da velha, pular corda, pega varetas, meu filho mais velho gostava mais de brincar de cinco-marias, jogo de damas e trilha e esconder objetos e o menor já gosta de brincar de forca, jogo da velha, pega varetas e jogo de xadrez.
Em minhas lembranças resta a alegria daqueles dias, e o mais importante é o quanto adquirimos para a formação de nosso caráter, pois naquelas brincadeiras aprendemos a respeitar as idéias uns dos outros, a dividir espaços, a compartilhar sonhos e frustrações quando perdíamos em alguns jogos, a fortalecer laços de amizades que até hoje perduram e o mais importante aprendemos a ser solidários, humildes e a ter limites.
Tenho certeza que convivi em um tempo muito legal onde os amigos eram verdadeiros, pois vivíamos livres e sem medo das drogas e violência, também vivíamos sem a influência de mídias e stress.


sexta-feira, 20 de maio de 2011

CONQUISTANDO VITÓRIA


     Interessante como a palavra vitória está presente na vida das pessoas, com muito ou com pouco potencial todos estão em busca de vitórias, é bem verdade que as oportunidades surgem na vida de todos, faço parte do grupo que pensa que a vitória não é privilégio de alguns, mas opção possível para aqueles que não vivem distraídos ou acomodados, quem está focado e se esforça em permanecer na atitude de eterno aprendiz alcança extraordinárias vitórias todos os dias, existem vitórias excepcionais privilégios de poucos, somente alguns conquistam o que é cobiçado por muitos, tais vitórias são realmente raras, necessitam de preparo, muita persistência e uma afinada disciplina, suponho investimento diário na visualização da meta e na administração de imprevistos, é como um sonho a ser sonhado a cada amanhecer, não basta sonhar uma vez e esperar acontecer, a algo a ser recolocado como ideal a cada momento, mas existem vitórias que podem ser contempladas ostensivamente, o cotidiano permite a manifestação de verdadeiras vitórias e não são poucas. O fato de estar vivo não é uma vitória? Ter pão a mesa não é uma conquista? A saúde é uma vitória, igualmente a família que formamos, experimente colocar as vitórias que estão presentes na trajetória humana você se surpreenderá, buscar algo mais, torna a vida energias que fortalecem as buscas, tal atitude embeleza a existência e dignidade nos esforços, a vida passa a ter outro sabor, a rotina é descolada a um segundo plano, os pensamentos são selecionados e as angústias descartadas, surge um vigor que perpassa os momentos e os sentimentos, só alcança grandes vitórias quem contabiliza as pequenas conquistas de cada dia, do nada não se chega ao topo tudo é processual, necessitando sobrepor etapas confirmando entendimento e amadurecimento, evidentemente que não é fácil, o mérito de grandes conquistas pertence a quem valoriza e celebra as pequenas vitórias de cada dia, e se não for possível realizar um sonho, valeu a pena o esforço empreendido, isso é mais do que a própria vitória.  

( Frei Jaime Bettega)